quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Eu sou uma Jaqueline


Eu sou Jaqueline da terra vermelha, do mar azul celeste, dos livros na estante e na cabeceira da cama, das noites em claro, de uma antiga família de mestiços, de uma extensa linhagem de feiticeiras.

Eu sou uma velha também, no meu sangue o café de Minas, nas minhas carnes as frutas do Cerrado, nos meus ossos a farinha de Sergipe. No coração, a Baía da Guanabara.

Eu sou, ainda, uma criança, mais um desses quereres silenciosos, que vez ou outra gritam pelas ruas, que quase sempre vagueiam pelas escuras estradas da vida com lanterna na mão, à cata de sonhos diamantinos.

Eu sou sim mulher do mato, minha alma é da floresta. Sou mais uma folha na grande árvore de nós, mais uma negra que cultiva hortas... E tão-somente uma Jaqueline, um "sorriso com óculos de doutora".

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