quinta-feira, 29 de maio de 2014

Eu Sou Mulher da Folha

Eu cheguei vestida por um Rei, quem me chamou?
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"Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando"! - Poética, Vinícius de Moraes.
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EU SOU MULHER DA FOLHA
Jaqueline Gomes de Jesus

Eu sou mulher da folha.
Parida no mato, batizada no mar.
Líquida quase gasosa, aqui e aí:
Fora de mim e de lá.

Conheço o sabor do vento,
Navego em palavras,
Ancoro com afetos:
Traço rotas, pouso e broto.

Não sou unidade, sou campo,
Implico-me em colheitas,
Crio-me nas semeaduras.

Não sou de vaso nem de podas,
Rondo desertos gritando "chuva",
Isso tem vezes que é joia!
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"Dentro do mar tem rio...
Dentro de mim tem o quê?
Vento, raio, trovão
As águas do meu querer", Beira-Mar, na voz de Maria Bethânia.

Às Vezes me Angustio

Às vezes me angustio ao me sentir maior que tantos mundinhos pequenos que tenho o desprazer de conhecer por aí.

Mas então me sinto larga, quando lembro do prazer que me possui ao escrever e falar por esses mundos, trazendo outros olhares para além do ensimesmamento.

Sinto alegria por doar sempre algo, mesmo que essa troca, frequentemente, não seja recíproca.

Acho que estou conseguindo deixar meu recado nesta existência com vocês e outros

terça-feira, 27 de maio de 2014

Confirmada_ NDesign 2014, Goiânia

Depois da Copa, em julho, estarei no N_Goiânia 2014. Atualmente é o maior evento de Design do país e um dos maiores da América Latina. Conheça-o em http://www.ngoiania.com.br

Lá discutirei sobre as identidades modelando os corpos na cultura das aparências!

Vá e mude seu estado_


sábado, 24 de maio de 2014

O Que É Racismo

Eis mais um lançamento pelos Cadernos de Ciências sociais da Escolar Editora, de Portugal. O livro O QUE É RACISMO:

Clique na imagem para ampliar.

Nesta obra sou autora do capítulo Racismo: Processos Psicossociais de Exclusão.

Os meus colegas autores são o sociólogo angolano Paulo de Carvalho, da Universidade Agostinho Neto, a colega brasileira, jornalista e doutorada em Letras/Literatura, Rosália Diogo, e o antropólogo português Paulo Granjo, da Universidade de Lisboa e da Universidade Nova de Lisboa.

Avisarei assim que tivermos lançamentos agendados no Brasil!

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

O Que É Saúde Mental

Informo, com imenso orgulho, que está em vias de ser lançada minha primeira publicação pan-africanista, para o livro O QUE É SAÚDE MENTAL, pelos Cadernos de Ciências sociais da Escolar Editora, de Portugal.

Clique na imagem para ampliar.

O psicólogo Bóia Júnior e o antropólogo Narciso Mahumana, ambos de Moçambique, abordaram a medicina tradicional de seu país natal como recurso digno de acesso à saúde integral.

Já no capítulo Trabalho Saudável como Categoria da Psicologia Social, fiz uma revisão das contribuições históricas da Psicologia Social para o campo do trabalho, em especial com estudos sobre as relações sociais no trabalho.

Este livro somente foi possível de ser organizado pelo trabalho transatlântico do amigo, professor Carlos Serra, do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, de Maputo, Moçambique.

Avisarei assim que tivermos lançamentos agendados no Brasil.

Axé!

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sábado, 17 de maio de 2014

Descolonizando Gêneros

19 de maio, segunda-feira, estarei na banca do Exame de Qualificação do inovador projeto de pesquisa da mestranda viviane v., POR DESCOLONIZAÇÕES DE GÊNEROS INCONFORMES: UMA ANÁLISE DA CISGENERIDADE COMO NORMATIVIDADE, na Universidade Federal da Bahia - UFBA, no âmbito do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, Linha de Pesquisa "Cultura e Identidade", em que ela é orientada pelo professor Djalma Thürler.

Mais tarde, às 18h30, estarei com vários colegas compondo mesa no 2º Chá da Diversidade, abordando o tema "Descolonizando Identidades de Gênero", no auditório da Escola de Dança da UFBA. O evento é realizado em conjunto pelo Grupo Gay das Residências (GGR UFBA), o Kiu! – Coletivo Universitário pela Diversidade Sexual, o Projeto UFBA em Paralaxe e o Grupo de Pesquisa Cultura e Sexualidade (CUS). Veja abaixo:


Infelizmente, por questões de saúde, Mauro Cabral, co-diretor da GATE - Ação Global pela Igualdade Trans*, não poderá estar presente, conforme previamente programado. Esse Chá da Diversidade contará com a realização das performances dos atores transformistas Tereza Skype e Milla Kakaev.





quinta-feira, 15 de maio de 2014

VIII Simpósio Brasileiro de Psicologia Política - SBPP


De 16 a 19 de outubro de 2014, na Universidade Federal de Goiás, Goiânia, ocorrerá o VIII Simpósio Brasileiro de Psicologia Política - SBPP, com o tema "Crise e insurgência: controle da subversão e subversão do controle"!

Abaixo segue a programação preliminar:


As inscrições estão abertas, para as categorias de participante ouvinte e expositor de trabalho, em três modalidades de apresentação de trabalho: Mesas-redondas, Comunicações orais e Pôsteres. O trabalho deve ser submetido dentro destes Eixos temáticos:

Eixo 1 – Ações Coletivas, Movimentos Sociais, Participação Política
Eixo 2 – Raça/Etnia, Relações de Classe, Gênero e Orientação Sexual
Eixo 3 – Comportamento Eleitoral e Marketing Político
Eixo 4 – Consciência Política e Cultura Política
Eixo 5 – Educação, Políticas Públicas e Inclusão Social
Eixo 6 – Memória, Violência Política e Direitos Humanos
Eixo 7 – Mídia, Religião e Política
Eixo 8 – Comunidade e intervenção social

Quem se inscrever agora em maio pagará um valor promocional. Acesse http://8simposiopsicologiapolitica.wordpress.com/inscricoes para maiores informações sobre as inscrições.

Conheça mais aprofundadamente a proposta do VIII SBPP acessando http://8simposiopsicologiapolitica.wordpress.com/o-simposio

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Maria Marly da Cunha Gomes, Mãe


Nossa mãe (minha e do meu irmãozinho Tiago), Maria Marly da Cunha Gomes.

Lembranças das coisas doces, neste dia das mães. Lembranças dessa mulher altiva que não apenas nos nutriu e cuidou de nós, mas também nos amou e até hoje nos acompanha e protege!

Professora de muitas e muitos, além de seus próprios filhos. Não pôde acompanhar estas nossas andanças e fazeres recentes, faleceu jovem, com apenas 50 anos, mas deixou marcas e caminhos abertos.

Muito obrigada por tudo! Principalmente por ser como você era, perfeita nos seus erros e acertos, defeitos e qualidades. Amor acima de tudo.

Faz uns 10 anos que mandei fazer este busto em Salvador, a partir de uma foto dela. Achei incompleto, então acrescentei, com minhas próprias mãos, esse cordão com pingente em forma de coração. 

Salve os ancestrais, meus protetores! Salve minha mãe, Maria Marly!

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segunda-feira, 5 de maio de 2014

O que as recentes mobilizações sociais falam para a Psicologia?


O QUE AS RECENTES MOBILIZAÇÕES SOCIAIS FALAM PARA A PSICOLOGIA?

Quando lhe/me faço essa pergunta estou, fundamentalmente, trazendo à baila uma brevíssima reflexão sobre trabalho e instrumentalidade da Psicologia.

Psicologia, entenda, está aqui colocada como um conjunto de saberes e fazeres com vistas a alguma intervenção social - visa a empiria, e não apenas como uma ontologia sobre os seres humanos que se satisfaz em se restringir ao campo teórico.

A nossa formação acadêmica reverbera os tipos de intervenções que, vislumbram-se, possamos vir a ter em nossas atuações profissionais, quaisquer que sejam - ela é uma previsão sobre os possíveis rebatimentos sociais da atuação dos indivíduos.

Somos, considerando apenas o pequeno universo brasileiro, milhões de cidadãs e cidadãos, a maioria excluídos do acesso a bens sociais e econômicos, quando não estão submetidos a processos institucionais de efetiva exclusão. Eis a questão social que se apresenta.

O que interessa nesse momento, sem qualquer interesse normativo ou futurológico, é buscar entender o discurso comum das coletividades, as suas representações sociais do político, os mecanismos e estratégicas de mobilização e de estímulo à participação aí colocados, os aspectos psicossociais da mobilização.

Desde as Jornadas de Junho de 2013, observamos a profusão de manifestações apartidárias, sem lideranças fixas, senão anômicas. Por um lado, isso demonstra a crescente autonomia coletiva face aos processos políticos tradicionais, dos quais os brasileiros se sentem distantes, quando não enojados.

Por outro lado, quando não se levantam bandeiras - ou pior, quando bandeiras e representações partidárias têm sua participação repudiada, senão impedida - nessas manifestações, também me indago se não estamos diante de uma mobilização social de cunho reacionário, porque, ao se pretender apartidária, ingenuamente ou sub-repticiamente se torna despolitizada, ao exigir mudanças aos agentes políticos sem participar das mudanças com eles.

O que a demanda coletivizada por uma democracia mais direta, senão individualizada, nos fala? O que a militarização da relação do Estado com esses movimentos sociais nos fala? O que a criminalização das mobilizações sociais nos discursos dos meios de comunicação nos fala?

A Psicologia, e mais propriamente a Psicologia Social, precisa olhar os movimentos sociais e os de massa com criticidade - evitando apontar as ações coletivas no cotidiano, genericamente, como inerentemente revolucionárias, positivas, boas, campos livres da necessidade de reflexão.

Uma apreciação não-minimalista exige, em primeiro lugar, a compreensão de que essas mobilizações são expressões localizadas de questões sociais maximizadas, as quais se apresentam:
Em um contexto cultural de desenvolvimento social e econômico desigual, porque empreendido em uma sociedade profundamente oligárquica e horizontalmente coletivista, como é a brasileira;

Em um contexto político baseado na lógica assistencialista e de repressão a "discursos perigosos", como o da laicidade, da liberdade de pensamento, da igualdade étnico-racial, da equidade de gênero, da expressão despatologizada da identidade de gênero, da livre vivência da orientação sexual, entre outros;

Em um contexto local-global de maximização dos recursos de comunicação em massa, principalmente por meio da internet, que potencializam a troca de informações entre grupos e subgrupos de maneira independente das mídias tradicionais.

Temos muitos dados a coletar e que urgem por análises, não só em função de termos curiosidade em pesquisar, mas principalmente porque a sociedade merece vários olhares acerca de sua realidade (lembrando que existem demandas e interesses sociais antagônicos) - abundam os de cunho político e sociológico, e o que podemos oferecer é o olhar psicossocial, que em geral é diferente da imagem social sobre a nossa profissão. Nesse campo de forças, a Psicologia se faz necessária.

domingo, 4 de maio de 2014

VII Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero

Participarei do VII Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura – ABEH, que tem como objetivo principal refletir sobre as questões ligadas à diversidade sexual e de gênero, em conexão com processos educacionais, entendendo-se que todo artefato cultural é portador de pedagogias do gênero e da sexualidade.

O tema do evento, este ano, é Práticas, pedagogias e políticas públicas, e ele ocorrerá de 7 a 9 de maio na Universidade Federal do Rio Grande, na cidade de Rio Grande (FURG), Rio Grande do Sul.

Terei falas em duas mesas.

No dia 7 de maio, quarta-feira, às 13h30, estarei compondo a Roda de Conversa "Despatologização da Transexualidade" com os colegas pensadores e militantes Tatiana Lionço, Leonardo Tenório e Rebeca Bussiger. Conheça a programação do evento clicando aqui.

No dia 8 de maio, quinta-feira, das 17h às 19h, falarei na Mesa Redonda "Transfeminismo: Ativismo Político-Acadêmico e Educação", com Hailey Kaas, amiga e ativista transfeminista autônoma.


Acesse o site do Congresso para maiores informações: http://abehcongresso2014.com.br