domingo, 4 de janeiro de 2015

Governo Rodrigo Rollemberg: Primeiras Cenas


Fico aliviada com duas das primeiras ações de Rodrigo Rollemberg à frente do Governo do Distrito Federal. Elas falam bastante sobre a atitude dele, uma predisposição desfavorável ao imobilismo.

Em primeiro lugar, é para mim evidente que a Assessoria de Comunicação falhou ao divulgar uma data certeira para o pagamento dos servidores e trabalhadores terceirizados. Primeiramente, confesso que me soou estranho, até, mas o dirigente, de imediato, sem alarde, exigiu correção no mesmo dia.

Ao contrário de outros formadores de opinião, não penso que seja retrato de uma prematura fraqueza do seu governo, mas, isso sim, indício de pronta ação ante a alguma falha estrutural, em uma organização complexa como é a de uma enorme instituição pública, ainda mais quando vilipendiada e desmoralizada pelos antigos gestores.

A principal reação, entretanto, a meu ver, foi a relacionada à saída do diretor indicado para o Detran local, com relação ao qual descobrimos atônitos, ontem, que tinha 50 (cinquenta) multas de trânsito - não conheço esse senhor, mas é evidente para qualquer cidadão minimamente esperto que ele deve ter muitos inimigos, ou pelo menos bem fortes.

O pior não é isso, é que ele não negou que carregue tal fardo (no mínimo inesperado para um dirigente de Departamento de Trânsito), apenas reclamou que lhe foi cobrado de uma vez só.

Sim, espanta a alguns que Rollemberg não soubesse disso. Coisas de indicação partidária no Brasil-sil-sil. Entretanto, o fato de o senhor supracitado ter pedido afastamento do cargo, ainda neste fim de semana, destaca a proatividade do novo governador ante a situações constrangedoras como essa.

Ele se coloca em posição diferente, por exemplo, à da Presidenta da República, que em seu antigo e já no novo mandato tem desmentido e assim, desempoderado assessores e ministros (os quais, aliás, acabam desmoralizados ante aos próprios subordinados, porém, vergonhosamente, não entregam os cargos. Sabe-se lá suas causas secretas, como escreveu Machado de Assis, para se prenderem tanto aos títulos que carregam), a exemplo do caso recentíssimo com o Ministro do Planejamento, que não fez nada de errado, somente ponderou acerca da possibilidade de atualização de uma regra, nada mais natural. Vá-se entender o que passou na cabeça dela.

Parabenizo Rodrigo Rollemberg não mais por sua vitória nas urnas, mas pelo comportamento exemplar nas primeiras cenas do primeiro ato.

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