quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Como Eu Não Dancei - Trailer


https://youtu.be/U-jF5eLdoiI


Lançamento do filme HOJE, 13 de dezembro, quarta-feira, às 19 horas!

Aqui no YouTube da Jaqueline: youtu.be/cye5csbSJnI


Eu não vim falar sobre coisas fáceis de serem ditas.

Vi coisas belas serem desfeitas e surgirem.

Cresci em uma capital da República na qual existiam frondosas árvores típicas, mas sobre as quais logo se ergueram condomínios fechados.

A vida me pressionou a olhar além do horizonte, para dentro de mim. Um dia a criança negra que morava na periferia de Brasília se reconheceu como uma mulher trans. Era exatamente quem eu era.

Eu me lembro de uma professora que uma vez, jocosamente, chamou-me de “negão”, muito antes de eu entender a minha identidade de gênero. Aquilo me pareceu tão inapropriado... Não só pelo propósito cinicamente homofóbico dela, naquele momento, mas porque, para mim, o “ão” não me cabia. Hoje compreendo perfeitamente a negona que eu era, sem me ver nem ser vista corretamente.

Aos "Nãos" que me deram na cara eu revidei com "Sins" para outras pessoas excluídas.

Este filme é uma auto-investigação de como eu me movimentei pelo o que a sociedade esperava de mim desde a infância, a menina invisível de outrora, representada pela minha sobrinha de cinco anos, que trans-formou-se na Jaqueline de agora.

Na vida eu escolhi dançar canções que eu mesma compus, e neste filme eu danço a música que foi composta a partir do que eu projetei de mim mesma para o mundo.


Filme inspirado no livro "Como Eu Não Dancei", de Jaqueline Gomes de Jesus (N-1 Edições, 2020).


FICHA TÉCNICA

Direção: Gau Saraiva e Jaqueline Gomes de Jesus

Elenco: Jaqueline Gomes de Jesus e Morgana Alice Silva de Jesus

Roteiro: Jaqueline Gomes de Jesus

Direção de Fotografia e Edição: Gau Saraiva

Música: Ária Rita

Coreografia: Dodi Leal

Produção: Isaac Joshua Rebelo

Assistente de Direção: Victor Ono

Direção de Arte: Vicente Tchalian

Assistentes de produção: Jéssica Rayssa Silva de Jesus, Luana Nayara da Cunha Sottomaior e Maria Luzia Alves de Freitas

Figuração: Gizélio Gomes de Jesus e Tiago Gomes de Jesus

Curadoria de fotos de arquivo: Claudiney Silvestre Alves


Agradecimentos às tias Marilene e Meire, à prima Carla Larissa e à Meg.


In Memoriam de minha mãe, Maria Marly da Cunha Gomes, minha vó Teresinha Pinto da Cunha, meu avô Jonas Pinto da Cunha, meu tio José Márcio da Cunha, o Zé Mácio, e minha tia Marli Teresa da Cunha, a Marlizinha.


Filme gravado em Brasília/DF.

Brasil, 13 de dezembro de 2023.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

COMO EU NÃO DANCEI


Eu não vim falar sobre coisas fáceis de serem ditas.

Vi coisas belas serem desfeitas e surgirem.

Cresci em uma capital da República na qual existiam frondosas árvores típicas, mas sobre as quais logo se ergueram condomínios fechados.

A vida me pressionou a olhar além do horizonte, para dentro de mim. Um dia a criança negra que morava na periferia de Brasília se reconheceu como uma mulher trans. Era exatamente quem eu era.

Eu me lembro de uma professora que uma vez, jocosamente, chamou-me de “negão”, muito antes de eu entender a minha identidade de gênero. Aquilo me pareceu tão inapropriado... Não só pelo propósito cinicamente homofóbico dela, naquele momento, mas porque, para mim, o “ão” não me cabia. Hoje compreendo perfeitamente a negona que eu era, sem me ver nem ser vista corretamente.

Aos "Nãos" que me deram na cara eu revidei com "Sins" para outras pessoas excluídas.


Este filme é uma auto-investigação de como eu me movimentei pelo o que a sociedade esperava de mim desde a infância, a menina invisível de outrora, representada pela minha sobrinha de cinco anos, que trans-formou-se na Jaqueline de agora.

Na vida eu escolhi dançar canções que eu mesma compus, e neste filme eu danço a música que foi composta a partir do que eu projetei de mim mesma para o mundo.


Lançamento em 13 de dezembro, quarta-feira, 19 horas

No YouTube da Jaqueline: youtu.be/cye5csbSJnI


Filme inspirado no livro "Como Eu Não Dancei", de Jaqueline Gomes de Jesus (N-1 Edições, 2020).


FICHA TÉCNICA

Direção: Gau Saraiva e Jaqueline Gomes de Jesus

Elenco: Jaqueline Gomes de Jesus e Morgana Alice Silva de Jesus

Roteiro: Jaqueline Gomes de Jesus

Direção de Fotografia e Edição: Gau Saraiva

Música: Ária Rita

Coreografia: Dodi Leal

Produção: Isaac Joshua Rebelo

Assistente de Direção: Victor Ono

Direção de Arte: Vicente Tchalian

Assistentes de produção: Jéssica Rayssa Silva de Jesus, Luana Nayara da Cunha Sottomaior e Maria Luzia Alves de Freitas

Figuração: Gizélio Gomes de Jesus e Tiago Gomes de Jesus

Curadoria de fotos de arquivo: Claudiney Silvestre Alves


Agradecimentos às tias Marilene e Meire, à prima Carla Larissa e à Meg.

In Memoriam de minha mãe, Maria Marly da Cunha Gomes, minha vó Teresinha Pinto da Cunha, meu avô Jonas Pinto da Cunha, meu tio José Márcio da Cunha, o Zé Mácio, e minha tia Marli Teresa da Cunha, a Marlizinha.

Filme gravado em Brasília/DF.

Brasil, 13 de dezembro de 2023.



domingo, 8 de outubro de 2023

SMILE Brasil - Saúde Mental LGBTI+


A Pesquisa SMILE Brasil é um estudo sobre saúde mental e bem-estar entre pessoas LGBTI+ realizado no Brasil pela Universidade Duke (Estados Unidos), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).

Nossa meta é que 3500 respondam o questionário no QR Code e em:

http://brasil.smilestudy.org

Link também na bio e nos stories. A pesquisa possibilitará o desenvolvimento de tratamentos baseados em evidências e políticas de saúde orientadas por dados. Colabore acessando o site, compartilhando e respondendo!

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

EM DEFESA DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A POPULAÇÃO NEGRA E TRANS E CONTRA A APROPRIAÇÃO DE NOSSAS IDENTIDADES POR PESSOAS BRANCAS: Por Fran Demétrio na galeria de personalidades negras da Fundação Cultural Palmares


EM DEFESA DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A POPULAÇÃO NEGRA E TRANS E CONTRA A APROPRIAÇÃO DE NOSSAS IDENTIDADES POR PESSOAS BRANCAS: Por Fran Demétrio na galeria de personalidades negras da Fundação Cultural Palmares


Temos acompanhado com profunda revolta, ao longo dos últimos anos, uma escalada de pessoas brancas que se apresentam como não-brancas ou até mesmo como negras, tomando como base apenas uma cor de pele menos clara, quando não modificam suas fotos em perfis de redes virtuais, para tentarem escapar do privilégio que a branquitude lhes traz em diferentes meios sociais, e em alguns casos ocupando, de forma anti-ética, lugares de fala de pessoas negras, apropriando-se destes, e até mesmo exigindo ocupação de ações afirmativas que não lhes são dirigidas. Denunciamos que o mesmo tem ocorrido com relação à transgeneridade branca, com pessoas que se utilizam da confusão do senso comum entre identidades de gênero não-binárias e expressões de gênero andróginas para, de má-fé, ocuparem as poucas vagas para pessoas trans conquistadas em programas de cotas Brasil afora, especialmente na área de educação, mas também nas políticas públicas. Enquanto pessoas pesquisadoras e professoras trans NEGRAS, reiteramos que as identidades travestis e trans têm RACIALIDADE, e que é inadimissível que travestis, mulheres trans,h omens trans e pessoas não-binárias BRANCAS apropriem-se de discursos sobre as identidades negras, por vezes com a anuência ou o silêncio de pessoas e entidades, para invisibilizarem seus privilégios, a fim de reiterar o apagamento de nossos corpos e o epistemicídio que sofremos diariamente!

Destacamos que não somos contra pessoas negras de pele clara, o que criticamos aqui é a apropriação de símbolos, benefícios e lugares epistêmicos de pessoas negras (de cor preta e parda) por pessoas brancas, cis e trans, que não enfrentam racismo no seu cotidiano, o que também é uma expressão do racismo estrutural, sistêmico e inercial que precisa ser combatida.

Ante ao exposto, e no afã de combater a usurpação de nossos espaços simbólicos, dirigimo-nos à FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, tendo identificado que não há personalidades trans em sua Galeria de Personalidades Notáveis Negras, e indicamos a saudosa Professora FRAN DEMÉTRIO, falecida em 2021, para enriquecer essa listagem de pessoas memoráveis:

Dona de um currículo invejável, com Pós-Doutorado em Flosofia pela Universidade de Brasília, Doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, Mestrado em Alimentos, Nutrição e Saúde pela Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (ENUFBA) e Graduação em Nutrição pela ENUFBA, Fran Demétrio atuou como professora adjunta no Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS) do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e professora permanente no Mestrado Profissional em Saúde da Família da FIOCRUZ (MPROFSAUDE/FIOCRUZ).

Os temas principais de suas pesquisas eram: humanização, integralidade e interseccionalidade do cuidado em saúde e nutrição; saúde, nutrição, gêneros e sexualidades; nutrição clínica ampliada; qualidade de vida; racionalidades em saúde e nutrição; aleitamento materno; nutrição materno-infantil; epistemologia nutricional e sanitária; segurança alimentar e nutricional; formação interdisciplinar em saúde; e direitos humanos epistêmicos.

Além de uma carreira irretocável no espaço acadêmico, Fran Demétrio também teve uma aproximação bastante significativa com o movimento social de travestis e transexuais.

Subscrevemo-nos:

Jaqueline Gomes de Jesus

Coordenadora do NEABI - IFRJ Campus Belford Roxo; Pesquisadora-Líder do ODARA - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (CNPq/IFRJ); Integrante da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil - CEVENB OAB RJ. 

Leonardo Morjan Britto Peçanha

Criador do Negros Blogueiros; Autor e organizador do livro Transmasculinidades Negras; Pesquisador do ODARA - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (CNPq/IFRJ).

Megg Rayara Gomes de Oliveira

Coordenadora do NEAB - UFPR; Coordenadora de Políticas Afirmativas da SIPAD - UFPR; Coordenadora da Comissão de Políticas Afirmativas do PPGE-UFPR.


sábado, 29 de outubro de 2022

Bienal Internacional do Livro de Brasília - BiLB 2022


29 de outubro de 2022, sábado, às 18 horas, estarei na 5a Bienal Internacional do Livro de Brasília (BiLB)!


Vem conversar comigo no Stand Literáfrica (n. 72/73, bloco 1B), no Pavilhão do Parque da Cidade, sobre os meus livros "Transfeminismo: Teorias e Práticas" e "Homofobia: Identificar e Prevenir" (Metanoia Editora), e acerca de estratégias para promover uma educação anti-LGBTfóbica: Interseccionalizando Gênero, Sexualidade e Cor/Raça!


Abraços,

Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus


quinta-feira, 14 de julho de 2022

Cursos Técnicos em Moda e em Artesanato - IFRJ 2022.2


A sua chance de estudar Produção de Moda ou Artesanato no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) está chegando!

Ainda este mês começaremos o processo de matrícula das vagas remanescentes referente aos cursos Técnico em Produção de Moda e Técnico em Artesanato do IFRJ Campus Belford Roxo!

Em breve publicaremos todas as orientações para que você possa se matricular com a gente.

Mas se você gosta de spoiler, clica no link do edital e já confere todas as informações!

Link do Edital: encurtador.com.br/fR178

Matrículas de 25/07 a 12/08/22

Vem estudar no IFRJ!

#IFRJCBEL

quinta-feira, 31 de março de 2022

As Invasões Epistêmicas

Jaqueline Gomes de Jesus

Invasores epistêmicos: indivíduos que analisam temas fora de suas áreas de especialização, prática recorrente nesta era da fluidez de informações na internet, e até exigida em nossa sociedade do espetáculo, na qual todos "têm que ter" opinião sobre tudo.

As invasões epistêmicas correspondem, portanto, a uma tomada superficial e fragmentada do conhecimento, e para além de uma questão comportamental ou moral, são um dilema da contemporaneidade: como podemos ser mais modestos intelectualmente?

A própria lógica do mundo do trabalho, pautada pelo regime sócio-econômico de acumulação flexível, perversamente nos impõe sermos "empreendedores de nós mesmos", inclusive "autoriza" realizarmos "autodiagnósticos" sem estudar Medicina, ou "autoterapia" sem estudar Psicologia.

Nesse mundo, o senso comum tende a ignorar que ser professor(a) é TRABALHO e que ser estudante TAMBÉM É UM TRABALHO! Não espanta que tantos sujeitos da contemporaneidade, não necessariamente especialistas, sejam influenciadores digitais, e aulas sejam reduzidas a lives ou publis.

Sugiro citar este texto como:
JESUS, Jaqueline Gomes de. As invasões epistêmicas. Jaqueline J., 2022. Disponível em: <http://jaquejesus.blogspot.com/2022/03/as-invasoes-epistemicas.html>.